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UFPI desenvolve projeto para aplicar em hortas comunitárias de Teresina

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Última atualização em Domingo, 24 de Março de 2019, 16h17

É das hortas comunitárias que muitas famílias carentes conseguem tirar o sustento diário. Diante disso, pesquisadores da Universidade Federal do Piauí (UFPI) estão desenvolvendo um projeto que visa melhorar a produção e minimizar as perdas de produtos cultivados em hortas teresinenses.

O projeto intitulado “Hortas Comunitárias: a possibilidade de desenvolvimento sustentável a partir da desidratação do coentro por meio da pesquisa e da extensão”, é coordenado pelo Prof. Me. Fábio Nóbrega e engloba uma gama de professores da Instituição.

Prof. Dr. Fábio Nóbrega

Coordenador do projeto, Prof. Me. Fábio Nóbrega

 

“Teresina possui hoje 43 hortas comunitárias e é uma das poucas cidades do mundo que tem mais ou menos 243 hectares de hortas na área urbana. Uma vez que o coentro é a principal hortaliça produzida nesses espaços, nós encontramos no método de desidratação a forma de aumentar o seu tempo de prateleira. Para isso, estamos construindo um Desidratador Convectivo Movido a Energia Solar afim de reduzir o desperdício nessas hortas”, relatou o coordenador.

O processo de desidratação

A desidratação ou secagem de um alimento consiste em um processo de manipulação dos princípios físico-químicos sobre a ação da água nos mesmos. Sabe-se que toda planta é constituída de 88 a 92% de água e apenas de 8 a 12% de óleo essencial.

O óleo essencial biologicamente e cientificamente é onde concentra-se o sabor, o aroma e os nutrientes. Entretanto, é nos 88 a 92% de água que ocorrem o crescimento de fungos e bactérias, ação que inicia o processo de decomposição dos alimentos.

“Sabemos que os fungos e as bactérias precisam da água para se desenvolver. Diante disso, com a desidratação da hortaliça nós conseguimos eliminar toda a água contida nela e ficar apenas com o óleo essencial. Fazendo esse processo nós prolongamos o tempo de prateleira do produto para pelo menos um ano e meio, conseguindo assim amenizar os grandes desperdícios nos centros de comercialização”, explicou o pesquisador.

A execução do projeto

A UFPI está construindo no Laboratório de Energias Renováveis do Centro de Tecnologia (CT) um modelo protótipo do Desidratador Convectivo Movido a Energia Solar, que vai ficar instalado no Núcleo de Estudos e Processamento de Alimentos (NUEPA). A Prefeitura Municipal de Teresina (PMT), também interessada no desenvolvimento dessa tecnologia, vai custear a construção de um aparelho para ser implantado em uma Central de Beneficiamento.

A Central de Beneficiamento será o local onde ocorrerá o processo de desidratação do coentro proveniente das hortas comunitárias e ficará localizada na Central de Abastecimento do Piauí (CEAPI). O projeto inicialmente trabalhará com quatro hortas de Teresina, melhorando a produtividade delas, diminuindo os custos de produção e agregando valor na mercadoria.

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As hortas fornecerão o coentro para ser desidratado na Central de Beneficiamento

As hortas dos bairros Irmã Dulce, Alegria, Geovane Prado e Ave Verde, estão passando por um processo de transformação do plantio tradicional para o plantio orgânico. Os professores envolvidos no projeto estão trabalhando com a organização social dos horticultores, ministrando cursos de capacitação e fortalecendo o espírito corporativista dessas pessoas.

Para o Prof. Me. Fábio Nóbrega, o grande diferencial do projeto é o avanço da tecnologia. “A construção do desidratador movido a energia solar é o alicerce, o diferencial. A partir dessa inovação tecnológica nós vamos conseguir melhorar as condições de trabalho dos horticultores teresinenses”, ressaltou.

O aparelho desidratador

O desidratador em construção funciona parecido com um forno, ele capta por meio de placas externas energia solar e a transforma em calor. A placa é coberta com um vidro para manter o isolamento térmico e fica em uma posição que varia conforme a latitude.

O professor Dr. Alexandre Miranda Pires dos Anjos do Departamento de Física da UFPI, idealizador do projeto da máquina e supervisor de sua construção, em andamento com a parceria Departamento de Engenharia Mecânica, explicou o princípio de funcionamento do desidratador. “Esse sistema funciona por fluxo convectivo forçado pela energia solar a partir do uso de um painel coletor. Naturalmente,  o ar menos denso devido ao aquecimento sobe passando por uma câmara isolada da incidência solar direta, preservando a maior parte das propriedades nutricionais dos alimentos ali acondicionados. A partir da manutenção dos fluxos de ar aquecido, a taxa de retirada de umidade dos produtos é controlada.”

“Nós buscamos com a implementação dessa tecnologia ecologicamente sustentável,  agregar renda às populações das hortas comunitárias de Teresina através da diminuição das perdas ao longo da cadeia produtiva, contribuindo para a valorização do trabalho de pessoas que desempenham um importante papel na sociedade”, finalizou o professor.

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