Estudos na UFPI revelam que a cárie dentária pode apresentar influências genéticas

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Última atualização em Domingo, 24 de Março de 2019, 16h17

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A cárie dentária, ou popularmente conhecida como “dente podre”, é uma doença muito comum entre crianças. Esta patologia é causada pela destruição de tecidos dentários por ácidos produzidos pelas bactérias do biofilme bucal. Mas, possivelmente, outros fatores podem influenciar no processo de desenvolvimento da cárie, e de outras doenças bucais, como o fator genético.

A partir disso, a discente do Curso de Odontologia da Universidade Federal do Piauí (UFPI), Karielly Dias, juntamente com a Profa. Dra. Marina Lima, desenvolveram um projeto de pesquisa sobre a cárie dentária em gêmeos idênticos, chamados de monozigóticos, e não idênticos, que são designados como dizigóticos. No estudo, participaram cerca de 337 indivíduos, de 8 a 15 anos de idade, sendo 94 pares de gêmeos monozigóticos e 73 dizigóticos. Além desses, foi incluído um trio de gêmeos dizigóticos. A pesquisa foi realizada com crianças de escolas públicas e privadas de todas as zonas de Teresina.

O resultado final foi bastante satisfatório para as pesquisadoras. Foi constatado que no grupo dos gêmeos idênticos, há uma correlação moderada da cárie. Ou seja, indivíduos que apresentam o código genético igual, possuem mais chances de apresentar as mesmas patologias bucais. Já os gêmeos não idênticos, apresentaram uma correlação baixa da doença. “Isso demonstra que, de certa forma, existe uma possível influência genética no desenvolvimento da cárie dentária”, destaca Karielly.

A estudante foi uma das premiadas no Seminário de Iniciação Científica de 2016, na área de Ciências da Vida. Karielly Dias ficou em segundo lugar, e afirma que se surpreendeu com o resultado da premiação. “Eu não acreditei na hora. Tenho muito orgulho do meu trabalho, sei que foi muito trabalhoso, mas não imaginava que eu ia ficar entre os três premiados. Essa premiação foi bastante gratificante para mim”, conta.

A docente Marina Lima se orgulha da orientanda e fala sobre os planos futuros para este projeto. “A Karielly foi uma aluna que abraçou o projeto. Ela sempre foi muito dedicada e esforçada. Sempre buscou artigos científicos e livros atualizados sobre o tema da pesquisa. Ela mereceu esse prêmio e, futuramente, publicaremos este trabalho em revistas renomadas da área”, finaliza.