Dia Internacional do Mosquito é comemorado em mesa redonda sobre Arboviroses e controle do Aedes aegypti
Aconteceu na tarde desta terça-feira (20), mesa redonda sobre Arboviroses e controle do mosquito Aedes aegypti, com a participação de quatro palestrantes do Piauí e outros estados. O evento faz parte da programação do II Congresso de Entomologia do Piauí, que está acontecendo desde domingo (18) na Universidade Federal do Piauí, campus de Teresina.
Auditório Rommel Tito durante palestra
O II Congresso de Entomologia do Piauí, é um evento multidisciplinar que tem como objetivo principal reunir profissionais e pesquisadores, criando ambiente favorável para o diálogo de questões que vão desde o sistema de produção de alimentos no Brasil, aos agravos em saúde pública associados a parasitos vetores de enfermidades e no que foi o Dia Internacional do Mosquito (20 de agosto), o evento promoveu uma série de palestras sobre o assunto.
Na primeira palestra apresentada, com o título “Identificação de vetores e isolamento viral”, ministrada pelo Prof. Dr. Joaquim Pinto Nunes Neto, foram abordados os processos mais importantes para o estudo e controle viroses. O professor compartilhou parte de sua pesquisa realizada no Pará sobre o habitat de mosquitos e técnicas de captura e transporte para estudo laboratorial.
Apresentação de slides durante a palestra “Identificação de vetores e isolamento viral”
A segunda palestra, intitulada “O Papel da saliva dos mosquitos na hematofagia e transmissão de patógenos”, ministrada pelo egresso da UFPI, Prof. Dr. Antonio Ferreira Mendes de Sousa, abordou o papel da saliva de mosquitos no processo de alimentação sanguínea e na transmissão de patógenos, mostrando de que forma, nas últimas décadas, estudos têm apontado que determinadas proteínas na saliva do mosquito possuem vasodilatador, anticoagulante, inibidores de plaqueta, e favorecem a alimentação sanguínea. Na saliva dos mosquitos estudados, também foram descobertas moléculas que inibem o sistema imune do hospedeiro, ou seja, criam microambiente favorável para a infecção por patógenos e levam ao aumento da severidade de doenças. Tudo isso apenas na saliva dos mosquitos. "Parece tão simples, mas é aquela coisa ‘Nos menores frascos estão os melhores perfumes e os piores venenos”, comentou o professor.
Apresentação da palestra "O Papel da saliva dos mosquitos na hematofagia e transmissão de patógenos"
A terceira palestra, intitulada “Febre do Nilo Ocidental no Piauí”, ministrada pelo Prof. Ms. Marcelo Adriano da Cunha e Silva Vieira, também egresso da UFPI, abordou parte da sua experiência na Fundação Municipal de Saúde ao diagnosticar o primeiro caso de Febre do Nilo Ocidental no Piauí, apresentando dados demográficos, clínicos e laboratoriais dos casos investigados no estado dentro do período de 2014 e 2018.
Apresentação da palestra "Febre do Nilo Ocidental no Piauí"
A quarta palestra, intitulada “O uso da bactéria Wolbachia como uma ferramenta inovadora no controle das arboviroses transmitidas pelo Aedes aegypti – World Mosquito Program”, apresentou estudos do WMP nos quais se usa o próprio mosquito Aedes aegypti para combater a difusão das arboviroses que ele transmite. De acordo com os estudos realizados pelo programa, foi detectado que a Wolbachia é uma bactéria que vive dentro do corpo do mosquito e quando ele pica uma pessoa que tem Dengue ou Chikungunya no seu sangue, por exemplo, o mosquito não se infecta, pois a bactéria impede que o vírus se reproduza, portanto o torna incapaz de transmitir a doença. A partir desta descoberta, o World Mosquito Program está atuando em 12 países, e no Brasil trabalha em 62 bairros do Rio de Janeiro para a redução de doenças transmitidas pelo Aedes aegypti.
Após as palestras, uma mesa redonda foi formada, na qual os ministrantes responderam perguntas do público. A mesa redonda "Arboviroses e controle do mosquito Aedes aegypti" está dentro da programação do II Congresso de Entomologia do Piauí, que é um evento realizado em parceira com a Universidade Federal do Piauí (UFPI, Universidade Estadual do Piauí (UESPI) e Instituto Federal do Piauí (IFPI).
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