Professora da UFPI ministra aula inaugural de Antropologia Funerária para a Universidade de Coimbra

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Última atualização em Terça, 07 de Fevereiro de 2023, 14h21

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A professora Claudia Cunha, docente da Graduação e Pós-graduação em Arqueologia do Centro de Ciências da Natureza da UFPI, vai ministrar nesta quinta-feira (9/2) a aula inaugural de Antropologia Funerária para o Mestrado em Biologia e Evolução Humanas da Universidade de Coimbra (UC) (Portugal). Para os interessados, a aula será remota e aberta ao público. Acesse o link.

Na ocasião, a aula inaugural vai tratar da Antropologia Funerária do Sítio do Pilar, Recife, um sítio arqueológico que vem sendo escavado. O trabalho ocorre no âmbito do projeto “Acompanhamento, Prospecção e Pesquisa Arqueológica, Monitoramento das Obras Civis de Demolição e Implantação do Habitacional do Pilar – Bairro do Recife” dirigido pelas Professoras Suely Cristina Albuquerque de Luna e Ana Lúcia do Nascimento Oliveira, realizado pelo Núcleo de Ensino e Pesquisa Arqueológica (NEPARQ) do Departamento de História da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE). 

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Esqueleto em fase de escavação no Sítio Pilar

A professora Claudia Cunha participa dos trabalhos de escavação e pesquisa como bioarqueóloga através de parceria entre o NEPARQ e o Laboratório de Osteoarqueologia da UFPI. “Este sítio é o maior cemitério colonial já escavado no país em termos de número de esqueletos resgatados e seus túmulos mais antigos datam do século XVI, época da fundação da Cidade do Recife e estariam associados a uma enfermaria militar que existiu no Forte de S. Jorge que fica nas proximidades do campo santo agora em escavação”, disse a professora Claudia Cunha.

Nesse sentido, a discussão a ser realizada tem como título “Os Mortos que a Cidade Esqueceu: Antropologia Funerária e Bioarqueologia do Sítio Pilar, Recife, Brasil.” Vai tratar de um cemitério que, após uma fase de intensa utilização, caiu no esquecimento da história da Cidade do Recife, sendo posteriormente coberto por construções da zona do porto da cidade e desaparecendo dos documentos e até da História Oral local.

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 Prof. Claudia Cunha em trabalho de limpeza e estudo de ossos humanos no laboratório do NEPARQ-UFRPE

A professora que é bioarqueóloga da UFPI e egressa do Doutorado em Antropologia Biológica da Universidade de Coimbra, trabalha com uma área dentro da Arqueologia que estuda os contextos funerários (tanto os objetos quanto os remanescentes biológicos humanos) para reconstruir aspectos biológicos, mas também culturais das pessoas e comunidades do passado. 

“No Brasil, minha área de atuação é chamada ‘Bioarqueologia’, em Portugal e outros países ‘Antropologia Biológica’. Dentro desta especialidade, a Antropologia Funerária tenta recuperar através do estudo dos remanescentes humanos (esqueletos, múmias, restos de cremação) a informação sobre como as pessoas tratavam seus mortos. Diferentes culturas ou mesmo uma mesma cultura em diferentes locais ou períodos trata de forma diferente o ato de lidar com o corpo morto. Basta, por exemplo, observar a diferença entre o tratamento dado durante o funeral hindu e o cristão, ou os enterros cristãos em rede no interior do Nordeste há algumas décadas e em caixões no mesmo período nas grandes cidades”, finalizou.