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Projeto Babcoäll visa potencializar os recursos integrais do coco babaçu

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Última atualização em Domingo, 24 de Março de 2019, 16h17

Amostras do coco babaçu pontencial para uma infinidade de produtos

Attalea ssp. mais conhecida como babaçu é uma nobre palmeira que se concentra, principalmente na região conhecida como Mata dos Cocais (transição entre a vegetação da Caatinga, Cerrado e Amazônia). A árvore que é encontrada em abundância no Piauí, é fonte de renda para centenas de famílias que dependem da coleta dos frutos. Foi com a proposta de potencializar o aproveitamento dos recursos do coco babaçu, que o Professor Tiago Ribeiro Patrício iniciou o Projeto Babcoäll. A ideia foi acolhida em abril de 2014 pela Incubadora de Empresas de Base Tecnológica em Agronegócios (INEAGRO), da Universidade Federal do Piauí (UFPI).

Coordenador do Projeto Babcoäll, Prof. Tiago Ribeiro Patrício

Apesar de existir a pouco mais de um ano, as pesquisas com o coco babaçu aconteceram no período de 2008 a 2013, por meio do Projeto Geração de Novas Tecnologias (GERATEC), conduzido por pesquisadores da UFPI, UESPI e IFPI. "O projeto foi inspirado na Cadeia do mel, da região de Picos, e também na cadeia da Castanha do Brasil, nos estados do Amazonas e Pará. Quanto ao nome escolhemos a influência da língua alemã para chamar a atenção da população piauiense. O nosso objetivo é aproveitar ao máximo os recursos do coco babaçu, como também trabalhar a relação entre famílias rurais e indústria", comenta o coordenador, Prof. Tiago Patrício.

Interior do coco babaçu

O coco babaçu possibilita o aproveitamento da parte superior até o seu conteúdo interno. O epicarpo corresponde à primeira camada, ou seja, a casca, e resulta em 13% do volume do corpo, e pode ser utilizada na produção de uma manta fibrosa. Adentrando um pouco mais, localiza-se o mesocarpo, o mesmo é uma rica fonte de ferro, sendo utilizado na produção da farinha amilácea, isto é, rica em amido e com baixo teor glicêmico e sem glúten. Após o mesocarpo, encontra-se o endocarpo, essa parte corresponde a 60% total do volume do babaçu. O endocarpo é a parte mais rígida e pode ser utilizado na queima industrial. Essa camada resulta em uma biomassa limpa que não oferece risco de poluição ambiental. E por fim, as amêndoas, a parte mais conhecida do coco babaçu pode ser amplamente utilizada na produção de óleos e azeites.

Relação com as famílias rurais

Atualmente o Projeto Babcoäll mantém vínculo com quatro comunidades rurais: uma no município de Miguel Alves, uma em União, e duas em Teresina, sendo na Taboca do Pau Ferrado e a outra na Usina Santana. "Nós buscamos trabalhar não só com as comunidades que existe a figura da quebradeira de coco, como também buscamos trabalhar com associações rurais. No momento as famílias, nos fornecem o babaçu in natura, a amêndoa quebrada, e azeites. Após a implementação completa do projeto, nós pretendemos fazer também um trabalho social e cultural nessas comunidades, ressaltando a importância dos recursos do coco babaçu e de se construir uma estrutura coletiva de famílias que desempenham o mesmo ofício", destacou Tiago Patrício.

Amostra de produtos oriundos do coco babaçu

Além do babaçu oriundo das comunidades, o projeto utiliza os frutos de babaçuais da própria UFPI. Depois de colhidos eles passam pelo processo de trituração e prensagem no Laboratório de Manejo do Babaçu nas estruturas da INEAGRO, localizado no Centro de Ciências Agrárias. O azeite adquirido nas comunidades rurais recebe os processos de peneiração e controle microbiológico, para o posterior estudo. O procedimento com o azeite é realizado no Núcleo de Estudos, Pesquisas e Processamento de Alimentos (NUEPPA).

Relação de produtos na Nova Cadeia Produtiva

Após, a implementação total do Projeto Babcoäll, será executada a nova cadeia produtiva. "A indústria fará a separação do coco, devolvendo as amêndoas para as comunidades rurais. Cada comunidade desta ficará aglutinada na forma de cooperativa, produzindo o azeite tradicional, extra virgem, azeites condimentados, óleos refinados, entre outros produtos. Essas comunidades também farão o empacotamento e distribuição destes artigos. Quanto o papel da fabrica será o de processar o epicarpo, mesocarpo e endocarpo. Os produtos gerados são: cola amilácea para madeira, ração animal, carvão ativado, fertilizante orgânico, álcool metílico e etc", acrescentou.

Projeto objetiva patentes

Segundo o coordenador do Projeto, serão patenteados seis produtos: manta fibrosa, fertilizante orgânico, biomassa fluída, biomassa torrefada e cola amilácea para madeira. Além disso, haverá a conformação de três produtos. "A conformação é diferente da patente. É só pensar no caso da cajuína, qualquer estado que desenvolver terá que seguir uma fórmula. Então, a nossa ideia é que o azeite tradicional, o extra virgem e o mesocarpo passem pela conformação, para que durante sua produção sigam a sua fórmula de modo minucioso", explicou.

Projeto Babcoäll e INEAGRO

O Projeto Babcoäll que nasceu das pesquisas do GERATEC está em prática desde 2014. O órgão conta com cinco estagiários que auxiliam no desenvolvimento das atividades. Ente eles o estudante de Farmácia da UFPI, Thiago Ferreira: "É satisfatório poder trabalhar com um produto que tem a cara do Piauí. Aqui em desenvolvo a parte gráfica, e auxilio no design da marca e na confecção dos rótulos", pontuou.

Azeites recebidos das comunidades rurais

A INEAGRO da UFPI é a única incubadora de empresas. Ela atua como uma ponte entre as pesquisas desenvolvidas na academia e o mercado, como objetivo de colocar em prática os estudos promovidos dentro da Universidade

A INEAGRO também abriga outros projetos, como o cultivagro, fitofit e oráculo.

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