Solenidade de abertura
Teve início nesta quarta-feira (10) o 8º Encontro Internacional Semana da Diversidade da Universidade Federal do Piauí (UFPI). Com o tema “Redes de Afeto com/para as Juventudes: cuidado, inteligência artificial e diversidade na educação”, o evento é promovido pelo Observatório das Infâncias e Juventudes na Educação (OBIJUVE) e pelo Núcleo de Estudos e Pesquisas em Educação, Gênero e Cidadania (NEPEGECI), em parceria com a 19ª Semana do Orgulho de Ser, organizada pelo grupo Matizes. A programação segue até sexta-feira (12).
Ao centro da foto, o pró-reitor da PRAEC, Emídio Matos
Segundo o pró-reitor de Assuntos Estudantis e Comunitários, Emídio Matos, um dos pontos mais importantes da iniciativa é ampliar o debate sobre diversidade no contexto universitário e social. “É um evento organizado pela professora Shara Jane e sua equipe. Assim que nos procuraram, oferecemos todo o apoio possível. A proposta dialoga diretamente com a criação da Coordenadoria de Inclusão, Diversidade e Equidade da UFPI. Estamos discutindo uma universidade para todas as pessoas, em que o direito e a convivência sejam respeitados, e onde cada um possa ser quem é, sem receio, sem medo de assédio ou violência”, destacou.
Professora Shara Jane Holanda Costa Adad coordena o evento
Entre os eixos centrais do encontro está a presença cada vez maior da inteligência artificial (IA) na vida cotidiana e nos espaços educativos das juventudes. Para a coordenadora do evento e professora do Centro de Ciências da Educação (CCE/UFPI), Shara Jane Holanda Costa Adad, é urgente problematizar como essas tecnologias interferem nos modos de ser, aprender e se relacionar.
“O foco da inteligência artificial nasce justamente no contexto do cuidado. Estudos mostram que, no mundo contemporâneo, uma das prioridades em relação à juventude é refletir sobre o impacto da IA e das formas digitais que permeiam sua vida. A ideia é incorporar esse debate como repertório de cuidado dentro da escola e da educação”, afirma.
Outro tema em destaque é o adoecimento das juventudes, especialmente em contextos de exclusão, silenciamento e negação das identidades. A situação de jovens negros, indígenas, LGBTQIA+ e periféricos é atravessada por múltiplas vulnerabilidades que se refletem também em espaços escolares e universitários.
“Estamos considerando todas as leis e estatutos já existentes para pautar a inclusão nas universidades, promovendo uma política de equidade e revisitando o currículo escolar” acrescentou a professora.
Um dos momentos mais aguardados é o pré-lançamento do documentário “Corpo: além do invisível”, nesta quarta-feira (10), às 19h, no Cine Teatro da UFPI. Produzido de forma colaborativa por dez jovens, o filme propõe uma reflexão sobre o sofrimento psíquico das juventudes a partir das experiências corporais e do cotidiano escolar. A obra também critica o modelo educacional que naturaliza o mal-estar e evidencia as interseções entre sofrimento, opressões estruturais e o papel da escola na produção, ou superação, dessas dores.
O documentário conta com a participação do escritor e ativista indígena Daniel Munduruku, do pesquisador Hugo Monteiro Ferreira (autor de A Geração do Quarto), da educadora etnicorracial Vanda Machado e do intelectual queer Guilherme Terreri, conhecido como Rita Von Hunty.
A cerimônia de abertura contou com a presença do pró-reitor de Assuntos Estudantis e Comunitários, Emídio Matos; da diretora do CCE, Eliana Alencar; da coordenadora do evento, professora Shara Jane Holanda Costa Adad; além dos docentes Lila Luz e Luís Carlos Sales.
Confira a programação completa.
Veja mais fotos: