Evento “Saberes e Identidades” aborda as relações entre as Áfricas e as Américas

Evento foi realizado no Auditório do CCHL/UFPI

O auditório Socorro Lira sediou, no dia 27 de novembro, o evento “Saberes e Identidades: Relações entre as Áfricas e as Américas”, realizado em alusão à Semana da Consciência Negra. A atividade, organizada pelo CCHL/UFPI, Ifaradá, Teseu e AEAPI, reuniu apresentações musicais, oficinas, exposição e rodas de conversa, criando um espaço de celebração, escuta e valorização das múltiplas identidades afro-diaspóricas presentes na universidade.

Mamadú Djalo

O organizador do evento, Mamadú Djalo, destacou a importância de trazer o debate étnico-racial para o centro das discussões acadêmicas e reforçar a união entre os grupos racializados. “As pautas podem se diferenciar em alguns momentos, mas sempre possuem pontos em comum. Trata-se de reunir africanos, negros diaspóricos, afro-indígenas e todos que compõem esse conjunto de grupos racializados ao longo da história, para afirmar seus lugares dentro da universidade e evidenciar a necessidade de discutir essas questões”, afirmou.

A organizadora e orientadora de serviço do PET Saúde Equidade UFPI/SESAPI, Lara Danuta, explicou que o objetivo do evento é promover o intercâmbio de conhecimentos e fortalecer colaborações entre os estudantes. “O evento é fundamental para desconstruir ideias pejorativas e estigmatizadas sobre países africanos, além de fortalecer a construção da identidade racial no âmbito da UFPI, que é um espaço de interlocução, pesquisa e extensão. Esse momento é muito representativo para estudantes negros e negras”, destacou.

Diretor do CCHL, Vitor Sandes

O diretor do Centro de Ciências Humanas e Letras (CCHL), Vitor Sandes, ressaltou que a iniciativa partiu da Associação de Estudantes Africanos do Piauí, entidade recente, mas já com forte participação de estudantes da UFPI. “É importante que a direção ofereça apoio institucional e reconheça o trabalho dos coletivos, associações e núcleos dedicados à temática racial na universidade. Garantimos a visibilidade e a escuta dessas vozes, abordando a consciência negra não apenas na data específica, mas ao longo de todo o mês”, frisou.

Estudante Maria Gabryella Ramos

A estudante de Geografia Maria Gabryella Ramos enfatizou que o evento também é um momento de reflexão sobre a própria história do país. “O Brasil não existe sem a África. Este é um espaço para reafirmar a luta contra o racismo, valorizar a cultura negra e reconhecer que grande parte do que somos, enquanto povo, vem da força, resistência e sabedoria dos povos africanos. Mais do que uma data, é um convite para olhar para nossa origem e pensar na universidade e na sociedade que desejamos construir”, disse.

Também compuseram a mesa os organizadores Custódio Barrete Calembela, Amanda Soares Melo e Juliana Cavalcante.