
Professor Márcio Mascarenhas durante participação de evento em Brasília (DF)
O professor Márcio Dênis Medeiros Mascarenhas, da Universidade Federal do Piauí (UFPI), foi convidado pela Associação Brasileira de Pós-Graduação em Saúde Coletiva (ABRASCO) para participar da mesa redonda-redonda Trânsito, Saúde e Cuidado: Monitoramento, Determinantes e Mobilidade Sustentável, durante do 14º Congresso Brasileiro de Saúde Coletiva, realizado na cidade de Brasília-DF.
O trânsito, mais do que um problema de mobilidade, é um determinante social da saúde que impacta profundamente a vida das populações, especialmente as mais vulneráveis. A apresentação do professor Márcio Dênis Medeiros Mascarenhas, destacou que as condições de deslocamento nas cidades moldam riscos, exposições e desigualdades que se traduzem em adoecimento, lesões e mortes evitáveis.
O crescimento do uso de motocicletas, especialmente entre trabalhadores informais, tem ampliado o número de vítimas graves. Além das fatalidades, o trânsito gera efeitos crônicos como doenças respiratórias e cardiovasculares decorrentes da poluição, estresse, sedentarismo urbano e transtornos mentais associados às condições de deslocamento..
O professor apresentou resultados do estudo realizado pelo Centro de Inteligência em Agravos Tropicais Emergentes e Negligenciados (CIATEN), apresentando o Mapa de evidências – Efetividade de intervenções para a redução de acidentes de trânsito com motocicletas, um documento que atesta a efetividade de algumas medidas para reduzir os sinistros de trânsito: redução e fiscalização de velocidade, melhoria da infraestrutura urbana, priorização de pedestres e ciclistas, expansão do transporte público de qualidade e legislação consistente sobre uso de capacete e equipamentos de segurança.
O professor destaca ainda que a segurança viária é um tema de equidade social: quem vive nas periferias, tem menor renda e depende de meios de transporte inseguros enfrenta maior risco e menor acesso a cuidados de emergência. O silêncio social em torno dessas vítimas reforça a necessidade de uma abordagem intersetorial e baseada em evidências.
Mortes e lesões no trânsito são evitáveis e resultam de escolhas políticas, sociais e urbanas. Tratar o trânsito como determinante social da saúde é essencial para reduzir desigualdades, salvar vidas e promover cidades mais justas e seguras.
Acesse o mapa de evidências.