Cursistas do Polo do Parfor/UFPI de Miguel Alves acompanham estudos de objetos arqueológicos encontrados na região
Cursistas e pesquisadores na comunidade Porto do Designo
Nessa terça-feira, dia 07 de novembro, alunos dos cursos de História, Geografia, Letras-Libras e Letras Português, do Polo do Parfor/UFPI em Miguel Alves, estiveram na comunidade Porto do Designo, situada na zona rural do município de Miguel Alves, observando os estudos dos objetos arqueológicos encontrados por um pedreiro, que realizava escavações para a construção de uma fundação em uma residência localizada às margens do rio Parnaíba.
Objetos arqueológicos encontrados na residência
No local foram encontradas uma urna indígena contendo restos mortais e peças de ferramentas de caça. Os historiadores migelavenses, egressos do curso de História do Parfor/UFPI, José Pereira e Hosana Tavares, que atualmente também é cursista de Letras-Libras do Parfor/UFPI, acompanhados pelo antropólogo Francisco Silva, foram os primeiros a chegar ao local após o surpreendente achado.
Historiadores José Pereira e Hosana Tavares e antropólogo Francisco Silva analisam material
O pedreiro conta que percebeu algo incomum ao tocar com a picareta em um objeto, que emitiu um som peculiar, e parou imediatamente as escavações. Após uma investigação cuidadosa, foi descoberta uma urna indígena enterrada, contendo não apenas ossos humanos, mas também peças de ferramentas de caça, capazes de revelar aspectos importantes sobre os antigos habitantes da região.
Foram encontradas uma urna indígena contendo restos mortais e peças de ferramentas de caça
O historiador José Pereira compartilha detalhes sobre o achado. "Um pedreiro realizava escavações em uma residência para fazer uma fundação e construir um pilar, quando tocou com a picareta em um objeto e ouviu um estalo. Após esse primeiro contato, eles continuaram as escavações com maior delicadeza, retirando cuidadosamente a peça do local".
Residência onde o material arqueológico foi encontrado
Diante da relevância histórica da descoberta, os historiadores José Pereira e Hosana Tavares, juntamente com o antropólogo Francisco Silva, acionaram os pesquisadores da Universidade Federal do Piauí (UFPI) para uma análise mais aprofundada dos objetos encontrados. Estiveram presentes os pesquisadores Prof. Dr. em Arqueologia Ângelo Alves Correa e Prof. Dra. Joina Freitas Borges.
Pesquisadores Ângelo Correa e Joina Borges realizaram estudos no local
A Coordenadora do Polo de Miguel Alves, Profa. Ana Pereira, também esteve no local acompanhando os cursistas. Ela explica que diante do consentimento da comunidade presente, dos pesquisadores da UFPI e dos acadêmicos do Parfor de Miguel Alves, “foi decidido em comum acordo, que o material fosse retirado da casa do Sr. Antônio Simplício e levados para a Unidade Escolar Creusa Mendes, também localizada em Miguel Alves, onde ficarão devidamente armazenados e disponíveis para pesquisas futuras”.
Profa. Ana Campelo (à direita) com cursistas do Parfor/UFPI
Segundo Hosana Tavares, a participação dos cursistas do Parfor/UFPI de diferentes áreas do conhecimento teve como objetivo a conscientização sobre a importância do material encontrado e a necessidade de preservar a história do município e do Piauí. “Todos receberam a orientação de contribuir para a preservação dos objetos encontrados e do espaço onde foram encontrados. Outras peças semelhantes já foram encontradas pela comunidade que reside no local e tudo indica que ali havia uma aldeia indígena dos povos Tupi. Esta descoberta arqueológica lança luz sobre o passado fascinante de Miguel Alves, destacando a importância de preservar e estudar o rico patrimônio histórico e cultural da região”, afirma a historiadora.
Material está armazenado na Unidade Escolar Creusa Mendes
Para a Coordenadora Institucional do Parfor/UFPI, Profa. Glória Ferro, experiências como essa são fundamentais para o processo formativo dos cursistas. “O Parfor da UFPI incentiva atividades dessa natureza, pois sabemos que elas contribuem imensamente não apenas para a formação acadêmica dos nossos cursistas, mas também para a formação pessoal de cada um. No caso desta importante descoberta, eles aprenderam na prática a necessidade de respeitar e proteger nossos sítios arqueológicos, preservadando a nossa história”.
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Historiador José Pereira
