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Pesquisadora afirma que sexo na terceira idade traz benefícios à saúde

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Última atualização em Domingo, 24 de Março de 2019, 16h17

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A sexualidade na terceira idade ainda é um tabu na sociedade. A falta de discussões reforça as dúvidas e incertezas de quem deseja ter uma vida sexual ativa. Mas falar de sexo na terceira idade é importante, pois quebra os preconceitos sobre o tema e revela os benefícios de manter relações sexuais na velhice.

Para a Coordenadora do Curso de Medicina da Universidade Federal do Piauí (UFPI), Profa. Dra. Ione Lopes, a prática do sexo faz parte da vida saudável do ser humano. “A sexualidade  é um comportamento que dura a vida inteira e a noção de que ela termina com o envelhecimento é ilógica. A necessidade de proximidade, cuidado e companheirismo dura a vida toda. As pessoas idosas hoje vivem mais tempo, são mais saudáveis, têm mais educação e tempo de lazer e estão começando a ter consciência da sua sexualidade”, contou.

Segundo a Professora Ione Lopes, uma boa qualidade de vida inclui realizar atividade mentais, físicas e sexuais regularmente. “A abstinência sexual pode ser prejudicial à manutenção da tonicidade, da elasticidade, da lubrificação vaginal e do interesse pelo sexo. Em mulheres sexualmente ativas, por exemplo, é observado menos atrofia vaginal do que em mulheres inativas, pois a atividade mantém a qualidade da irrigação sanguínea da vagina”, ressaltou.

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Coordenadora do Curso de Medicina, Profa. Dra. Ione Lopes

No entanto, a professora explica que é preciso ficar atento às mudanças fisiológicas decorrentes do avanço da idade. “Existem duas alterações sexuais no organismo da mulher idosa: redução na taxa de produção e volume do líquido lubrificante vaginal e perda da elasticidade vaginal e espessura do epitélio. Já no homem, as modificações são ereção mais lenta, maior ângulo entre o pênis e abdome, diminuição da sensibilidade do mecanismo ejaculatório, menor volume de esperma e menor frequência de coito”, disse.

É importante que os profissionais de saúde esclareçam alguns mitos que permeiam a prática sexual relacionada a essa faixa etária, como o da “velhice assexuada”. “Se existe perda em quantidade, pode-se ganhar em qualidade pela experiência de vida. É imprescindível que se fale sobre a relação autoestima e presença de menor ou maior atividade sexual com a qualidade de vida erótica na terceira idade. O médico deve rastrear doenças comuns que podem comprometer o desempenho da sexualidade, como a diabetes e as doenças cardiovasculares. Aliado a tudo isso, a prática de atividade física regular e uma alimentação balanceada”, explicou.

A procura por atendimento médico nessa faixa etária ainda é rara. A Profa. Dra. Ione Lopes ainda explica que o médico ginecologista deve se preocupar, principalmente no atendimento da mulher que busca uma qualidade de vida. “Não há como omitir falar da sexualidade durante uma consulta. O médico deve se preparar para esse atendimento e saber identificar as disfunções sexuais femininas, que quando não diagnosticadas, podem se tornar crônicas e agravar-se, comprometendo não só a atividade sexual, mas outros aspectos da vida, como relacionamento social e familiar e desempenho profissional”, observou.

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Professora do Departamento de Ciências Sociais, Dra. Maria Rosângela de Souza

A deficiência de procura médica é recorrência do tabu que cerca a sexualidade na terceira idade. A professora do Departamento de Ciências Sociais, Dra. Maria Rosângela de Souza, diz que as pessoas ainda têm um visão muito restrita da sexualidade. “A sociedade interioriza a ideia de que o velho não pode namorar, que são conservadores. O próprio idoso assume essas limitações em decorrência do preconceito que vem historicamente da sociedade, impondo regras e limitações, como a de que o idoso é assexuado e impotente. No entanto, as pessoas estão começando a repensar isso, a entender que a sexualidade é permanente e constante, e que manifestar seus desejos não deve ser um tabu”, finalizou.

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