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Pesquisa analisa Cobertura Vacinal nas capitais brasileiras

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Última atualização em Quarta, 02 de Dezembro de 2020, 11h56

O projeto “Inquérito de cobertura vacinal nas capitais de 19 Estados e no Distrito Federal em crianças nascidas em 2017 e residentes na área urbana” realizado pelo Ministério da Saúde terá início a partir da próxima, 07 de dezembro no Piauí.

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Profa. Dra. Luisa Helena de Oliveira Lima

A coordenadora estadual da pesquisa, Profa. Dra. Luisa Helena de Oliveira Lima, do Programa de Pós-Graduação em Ciências e Saúde e do Programa de Pós-Graduação em Saúde e Comunidade da UFPI avaliará a caderneta de vacinação das crianças desde seu nascimento até o momento da entrevista. Em Teresina, participarão do estudo 900 crianças nascidas em 2017 e residentes na área urbana da cidade.

“Será realizada uma entrevista com os pais ou responsáveis que buscará informações sobre: dados do responsável pela criança; dados da mãe da criança; características da criança; características da família e vacinação”, explica Luisa Helena de Oliveira.

De acordo com a pesquisadora, os entrevistadores devidamente identificados e utilizando todas as medidas de segurança para evitar a contaminação pelo COVID-19, irão à residência das crianças que foram selecionadas para participar da pesquisa.

“Neste projeto, optamos por utilizar como fonte inicial para amostragem o registro de nascidos do SINASC por esse conter o endereço, dados nominais da criança, da mãe, do pai e assim facilitar a localização das mesmas”, disse.

Luisa Helena explica que a partir dos resultados deste estudo,  o Ministério da Saúde poderá definir novas estratégias que possibilitem melhorar o acesso à vacinação das crianças brasileiras e, desta forma, ampliar as coberturas vacinais em todo o país para proteger a saúde de toda a população brasileira.

“Quando a criança recebe as vacinas corretas, nas datas corretas, ela consegue ter uma melhor imunidade contra a doença que a vacina protege. Além disso, quanto mais crianças vacinadas, menor a probabilidade da doença conseguir circular na comunidade e consequentemente a população toda fica protegida”, afirma.

A vacinação é uma das mais poderosas armas para o controle ou eliminação das doenças previníveis. Atualmente, a queda da cobertura vacinal é observada em vários países e não somente no Brasil.

“Aqui no Brasil, os estudos têm mostrado que é o medo dos pais/responsáveis das reações que a vacina pode causar. Como as doenças não são mais vistas na comunidade em geral, porque as coberturas vacinais altas evitam isso, as pessoas têm mais medo da reação que a vacina pode causar, do que da doença em si. Isso precisa ser desmistificado, pois os eventos adversos pós-vacinação em sua maioria são leves e a doença que está sendo evitada é muito grave, podendo levar até a morte em alguns casos”.

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Sobre as vacinas

As vacinas são responsáveis pelo aumento da expectativa de vida da população. É a principal ferramenta de saúde pública, junto com saneamento básico, água potável e esgoto tratado e fundamental para diminuição da mortalidade infantil.

Segundo Luisa Helena, o processo de desenvolvimento de vacinas evoluiu muito ao dos longos anos. “Atualmente temos várias formas de se produzir vacinas, algumas usam no seu conteúdo o microrganismo (bactéria ou vírus, depende da doença) vivo atenuado, outras são compostas por microrganismos mortos ou seus produtos inativados. Já outras vacinas são produzidas a partir da engenharia genética com utilização de partículas do RNA do microrganismo”.

 Para desenvolver uma vacina, o grupo de pesquisadores precisa desenvolver estudos do tipo ensaio clínico randomizado, que envolvem etapas pré-clínicas, em laboratório, até que testes com seres humanos sejam realizados.

“Em todas as etapas os riscos da vacina que está sendo desenvolvida são avaliados e o produto final precisa ter muito mais benefício do que risco. Antes de sua comercialização, cada vacina é testada nos grupos de pessoas-alvo para qual ela foi criada, como por exemplo, crianças, gestantes, idosos, portadores de doenças crônicas, ou a população em geral. Dessa forma, todas as vacinas que o Ministério da Saúde disponibiliza são altamente seguras e garantem de 90% a 99% de proteção contra a doença que ela combate, ou protege contra as formas grave dessa doença”, explica.

Movimento anti-vacina

Uma das justificativas que explicaria a redução vacinal está ligado ao movimento anti-vacina que tem afetado a cobertura vacinal, favorecendo o ressurgimento de doenças preveníveis.

Como forma de barrar o crescimento deste movimento, a pesquisadora Luisa Helena salienta que o caminho para superar tantos retrocessos é a busca por informações de qualidade e com respaldo científico. “Evitar compartilhar fake news e sempre se certificar da veracidade de uma informação antes de compartilhá-la. As ações de educação em saúde por parte dos profissionais de saúde são fundamentais para que os pais/responsáveis pelas crianças tenham maior adesão à vacinação dos seus filhos”.

A pesquisadora diz ainda que outra ação muito importante é a constante capacitação dos vacinadores para que estejam sempre bem informados e atualizados e possam orientar os pais adequadamente durante o procedimento de vacinação.

 

Confira o Panfleto da pesquisa. 

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