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2º maior produto do Piauí, o milho é fonte de nutrientes e destaque no mês de junho

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Última atualização em Quinta, 30 de Junho de 2022, 13h59

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O milho também aparece na alimentação servida no Restaurante Universitário da UFPI, sobretudo, nas saladas

Em bolos, cremes, doces, tortas ou apenas cozido, independente do preparo, o milho desperta memórias afetivas em quem degusta essas iguarias. Além da alimentação humana, o milho aparece na produção de ração animal, é empregado na indústria farmacêutica, serve como matéria-prima no artesanato, entre outras funcionalidades. O cultivo do vegetal movimenta a economia nacional e local, assumindo protagonismo neste período de festividades juninas.   

De acordo com a professora Clélia de Moura Fé Campos, do Departamento de Nutrição da Universidade Federal do Piauí (UFPI), o nome milho significa “o sustento da vida”. O cereal na América do Sul é cultivado há cerca de 40 séculos. No Brasil, era o principal alimento dos nativos e, com a chegada do colonizador, se incorporou definitivamente à alimentação do brasileiro. “Nas festas juninas o milho é a estrela principal. É um cereal bem versátil, quando olhamos para a diversidade de preparos que dá para fazer com esse grão. É capaz de se transformar em novos subprodutos como farinhas, pastas, flocos etc.”, afirmou.

A pesquisadora conta que realizou cursos de extensão sobre alimentação saudável voltados para a terceira idade e o milho foi tema durante as aulas. Seu uso foi considerado em decorrência do valor nutricional e por ser acessível. “É um alimento relativamente barato e fácil de encontrar na nossa região”, comentou.  

Ela ainda sugere o seu consumo durante o dia a dia. “O milho verde é fonte de carboidrato complexos, que é absorvido de forma lenta pela corrente sanguínea e evita picos de açúcar no sangue. Significa que o corpo irá usá-lo como fonte de energia a longo prazo e gastará muitas calorias para aproveitá-lo”, ressaltou a professora Clélia.

2º maior produto do Piauí - Segundo a professora Juliana Joice Pereira Lima, do Curso de Engenharia Agronômica da UFPI, em Bom Jesus, o milho é um dos cereais mais produzidos no mundo. “Dados de fevereiro de 2022 da Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB) , o milho é o segundo maior produto do estado do Piauí. A expectativa é que, para o final do levantamento, a produção deve superar a marca de 2,4 milhões de toneladas”, explicou.

Além de altamente produzido, perdendo o 1º lugar tanto nacional como localmente para a soja, o milho é considerado um cereal versátil pela sua capacidade de adaptação. O cultivo da cultura se molda desde baixa ao alto uso de tecnologia.  

Apesar da versatilidade, o processo de semear merece atenção em vários aspectos. A professora Juliana enfatiza que a planta necessita de bastante luz, temperatura entre 24 e 30ºC e presença de água no solo. Na ausência de precipitação, será necessário o uso de irrigação. Esses fatores climáticos são especialmente importantes na fase de floração e enchimento do grão.

A pesquisadora também destaca o manejo do solo. “O ideal é que ele seja rico em matéria orgânica e tenha o pH entre 5,5 a 6,8. Além disso, o milho é uma cultura exigente em nutrientes, principalmente o nitrogênio e potássio, por isso, caso exista uma deficiência nutricional nesse solo, a adubação pode ser necessária”, frisou.

A semeadura é outra questão que requer cuidado. Portanto, é recomendado o uso de sementes de boa procedência, de preferência uma semente certificada, pela garantia da qualidade física, fisiológica, sanitária e genética. “Em outras palavras, quando usamos sementes certificadas temos a garantia de que não existe mistura de sementes de diferentes materiais genéticos, que a semente possui alta germinação e vigor, é livre de doenças e pragas, além de apresentar boa uniformidade que vai contribuir com uma melhor semeadura, principalmente, se for mecanizada, ou seja com semeaduras”, disse Juliana Lima.

Alimento rico em nutrientes - Conforme aponta a professora Juliana, cerca de 70% da produção mundial de milho é voltada para a alimentação animal, no caso de suínos e aves. Quanto ao Brasil, o número chega a 90%. “Nesse sentido, ele pode ser produzido de três formas: a silagem, que possui elevado valor nutricional, é utilizada na alimentação de vacas para obtenção de leite, como também alimenta gado confinado para engorda no período de inverno; a segunda forma corresponde à industrialização do grão para ser transformado em ração de criações ou pets; a terceira forma é empregada na mistura concentrada proteica voltada a aves e suínos”, esclareceu.

Já na alimentação humana, uma curiosidade é que o cabelo do milho, estigma, pode ser utilizado como chá com efeito diurético. “Ele auxilia na regulação das funções dos rins e da bexiga”, acrescenta a professora Juliana.

Fonte de carboidratos, proteínas e fibras, a professora Clélia Campos lista outros nutrientes que também são encontrados no milho. “Na sua composição temos as vitaminas A e do complexo B, como a B1, que contribuem para o bom humor e o sistema nervoso. Entre os minerais, temos magnésio, potássio, ferro e cobre – que têm o controle da pressão arterial como um dos benefícios. Também possui carotenoides antioxidantes, responsáveis por combater os radicais livres, no caso a luteína e a zeaxantina que auxiliam na proteção da visão humana contra os raios ultravioletas, prevenindo a degeneração ocular”, pontuou.

Clélia ainda salienta que o óleo de milho possui uma composição de ácidos graxos que o define como de grande importância para a dieta humana, principalmente para a prevenção de doenças cardiovasculares e o combate ao colesterol sérico elevado. “Outro importante aspecto dos lipídios no milho está relacionado ao conteúdo dos tocoferóis (vitamina E). Os tocoferóis fazem parte da estrutura de hormônios e atuam como oxidantes”, disse.

Prevenindo doenças cardiovasculares e no controle da diabetes, a alimentação se torna mais saudável ao trocar o trigo pelo milho. “É uma excelente opção para os cardápios de veganos e vegetarianos. O milho pode ser usado pelos celíacos, pois este grão não contém glúten (proteína do trigo que os portadores desta doença não podem consumir porque têm alergia”, finalizou a professora Clélia Campos.

No Restaurante Universitário da UFPI, o milho não fica de fora do preparo das refeições. Segundo a Coordenadora dos RUs, Sueli Teixeira, o alimento está presente desde saladas até a preparação de pratos como o creme de abóbora. “Nós também servimos cuscuz de milho para os alunos das Residências Universitárias”, disse.

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