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Professora da UFPI pesquisa sobre as danças juninas

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Última atualização em Sexta, 01 de Julho de 2022, 09h09

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Curso de Extensão "Corpo de Dança da UFPI" no ano de 1995

Elemento fundamental nas festas juninas as danças não podem ficar de fora. Além das comidas, trajes e músicas típicas do mês de junho, os festejos abrangem coreografias de baião, forró, arrasta-pé, quadrilha, vanerão, entre outras expressões características. Considerando a riqueza multicultural da época, a professora Janete de Páscoa Rodrigues, do Curso de Educação Física da Universidade Federal do Piauí (UFPI), estuda sobre danças juninas e já desenvolveu importantes projetos de extensão sobre a temática.

Desde as pesquisas que resultaram na sua tese de doutorado, defendida no ano de 2006, Janete Rodrigues estuda as danças folclóricas, especialmente no Piauí numa perspectiva midiática contemporânea. “As danças juninas fazem parte do acervo das inúmeras danças folclóricas brasileiras, entendendo-se por danças folclóricas as expressões populares desenvolvidas em conjunto ou individualmente. Sendo que, o elemento definidor das danças folclóricas está no enredo de suas coreografias”, afirmou.

De acordo com a pesquisadora, dentre as várias danças praticadas durante o período junino, a quadrilha é a mais conhecida e representativa dessas festividades. “A quadrilha é uma dança de origem europeia, trazida ao Brasil no início do século XIX pelos nobres portugueses. Contudo, aos poucos esta manifestação de dança praticada apenas nos palácios imperiais foi se popularizando e passou a ser praticada também em regiões do interior do Brasil pelos camponeses, sertanejos”, disse.

Na atualidade, a quadrilha é praticada nos cenários urbanos como elemento de popularidade dos festejos em homenagem a São João Batista, santo de grande significado cristão para a Igreja católica. 

A professora Janete conta, ainda, que as danças juninas, desde a chegada com os europeus até os espetáculos com transmissão midiática nos dias de hoje, passaram por modificações em seu propósito. “As danças se tornaram entretenimento em formatos de alegorias e movimentos coreográficos para espectadores em busca de shows exóticos e elaborados na bricolagem de fragmentos de vários Brasis, o imperial, o rural, o urbano, o atual”, destacou.

A pesquisadora salienta que as danças folclóricas praticadas hoje são fortemente caracterizadas pelas hibridações entre o tradicional, o moderno e o contemporâneo. “Esses traços de tradição  cultural são vistos nas vestimentas, nas coreografias, nos gestos corporais, nos ritmos presentes nas danças folclóricas atuais”, comentou.

Corpo de dança da UFPI - Além das pesquisas realizadas, a dança também foi objeto central de projeto de extensão coordenado pela professora.

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Segundo momento do Projeto "Corpo de Dança"

Um dos participantes dessa experiência é o egresso em Educação Física da UFPI, Elismar Júnior, que destaca o impacto do projeto em sua formação. “Trabalhamos com montagens de coreografias de estilo popular, afro-brasileiro, contemporâneos, das danças urbanas e modernas. Além de momentos de conversas sobre ensino e aprendizagem da dança. Foi um momento muito importante da minha formação acadêmica e como artista da dança”, disse.

Entendendo a dança como um dos componentes da representação cultural, Janete coloca que: “Nós podemos identificar as formas de viver de determinada sociedade através das danças. Então, além de contar a história de culturas, ela narra a história política, econômica e artística. Assim, cada expressão de dança, seja na sua época ou seja no seu contexto, demonstra e representa as experiências daquela sociedade”, finalizou a professora Janete Rodrigues.

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