Movimentos estudantis apresentam suas lutas na Acolhida Cultural da UFPI

Mesa com discussão acerca do movimento estudantil

Durante o segundo dia de Acolhida Cultural da Universidade Federal do Piauí (UFPI), realizada na quinta-feira (3), sete representantes de diferentes movimentos estudantis participaram de uma mesa no Cineteatro da instituição. O evento teve como objetivo apresentar a diversidade de organizações que compõem a vida política e social dentro da Universidade. 

Vice-reitor da UFPI, Edmilson Moura

Também estiveram presentes o vice-reitor da UFPI, Edmilson Moura, e o pró-reitor de Assuntos Estudantis e Comunitários, Emídio Matos. O vice-reitor Edmilson Moura reafirmou o apoio da Administração Superior ao movimento estudantil. “Eu venho dos movimentos estudantis e entendo a importância da união de todos para fortalecer cada vez mais esta Universidade. Durante a mesa de discussões, disse a eles: o papel do gestor é viabilizar soluções para os problemas que surgem, mas é fundamental que vocês tragam essas demandas, debatam conosco e apontem caminhos para que possamos tornar essas soluções viáveis. Essa foi, em síntese, a essência da nossa participação nesse diálogo com os diversos movimentos. Eles apresentaram o significado de cada segmento, suas origens, histórias e as razões que os motivam nessa luta”, enfatizou.

Coordenador geral do DCE/UFPI, Ian Laurindo

De acordo com o coordenador geral do DCE/UFPI, Ian Laurindo, o Diretório Central dos Estudantes da Universidade parabeniza a iniciativa da Acolhida Cultural e reafirmou seu compromisso em apoiar os estudantes em diversas pautas, especialmente no que se refere à permanência e à conclusão dos cursos. “O DCE, a partir de agora, buscará um contato direto com os estudantes, centros acadêmicos, atléticas, ligas acadêmicas, empresas juniores, grupos de pesquisa e demais formas de organização voltadas ao ensino, à pesquisa, à extensão e à cultura na UFPI para o biênio 2025/2026. Desejamos boas-vindas a todos e destacamos que espaços como a Acolhida Cultural são essenciais como primeiro contato com a universidade”, elucidou.

Rafael Vilela, da União da Juventude Socialista (UJS)

Representando a União da Juventude Socialista (UJS), o estudante Rafael Vilela abordou a importância da organização política da juventude para a transformação da sociedade. Ele relembrou a mobilização contra o impeachment da presidenta Dilma Rousseff, além da defesa da democracia universitária e da educação pública e gratuita. "A luta é por uma educação que dialogue com os problemas da sociedade e contribua para uma nova forma de pensar o Brasil", afirmou.

Coordenador nacional do Movimento RUA – Juventude Anticapitalista, Douglas Rodrigues

O coordenador nacional do Movimento RUA – Juventude Anticapitalista, Douglas Rodrigues, frisou sobre a defesa da democracia e a atuação do movimento em pautas como assistência estudantil, antirracismo e feminismo. Ele ressaltou o papel do RUA no fortalecimento do Restaurante Universitário e na conquista de bolsas de permanência. "O movimento estudantil não é só dentro da Universidade, ele precisa alcançar a sociedade como um todo", explicou, destacando o engajamento em lutas como a oposição à escala 6x1 nos estágios e o apoio ao plebiscito universitário.

Victor Leão, do Coletivo Para Todos

Victor Leão, do Coletivo Para Todos, reforçou a trajetória do grupo em defesa da assistência estudantil e da soberania nacional. "O crescimento da politização dos nossos centros acadêmicos mostra a força da nossa organização", disse, citando ações pela melhoria da infraestrutura da UFPI.

Estudante de História, Thays Dias

A estudante de História, Thays Dias, do Movimento Correnteza, destacou a atuação do coletivo em defesa da educação pública e das políticas de assistência estudantil. Ela lembrou das ocupações e mobilizações contra cortes na educação e contra a PEC do Teto de Gastos, além da organização do Encontro de Negros e Negras da UFPI e do primeiro Encontro de Pessoas Trans da Universidade. "Nosso compromisso é com aqueles que precisam de assistência e de uma educação realmente acessível", concluiu.

Dara Neto, do Movimento de Mulheres Olga Benário

Dara Neto, do Movimento de Mulheres Olga Benário, ressaltou a luta do coletivo pelo enfrentamento à violência de gênero e por políticas públicas eficazes. Ela mencionou a criação de casas de referência para mulheres vítimas de violência e criticou o crescimento da violência contra as mulheres no Estado. "Seguimos construindo redes de apoio e mobilizações concretas para transformar a realidade das mulheres trabalhadoras", afirmou.

Pedro Victor representava a UNE, durante o debate

Pedro Victor, representante da União Nacional dos Estudantes (UNE), destacou o protagonismo da entidade na conquista de políticas públicas voltadas para a educação. Ele lembrou a trajetória da UNE desde sua fundação em 1937 e sua resistência durante a ditadura militar, além de seu papel na formulação de programas como o ProUni, o FIES e a Lei de Cotas. "A UNE sempre esteve na linha de frente das grandes lutas da educação. Recentemente, conquistamos a Lei Nacional de Assistência Estudantil, garantindo mais recursos para permanência estudantil", afirmou. Ele também mencionou eventos importantes da entidade, como a Bienal da UNE e o Congresso Nacional dos Estudantes, que reúnem milhares de estudantes para debater o futuro da educação. "Nossa luta é para que cada estudante encontre uma universidade melhor do que aquela que recebemos", concluiu.

Após os debates, a Acolhida Cultural seguiu com diversas atrações no Espaço Rosa dos Ventos, como apresentações culturais de dança e poesia, desfile de moda e espetáculo teatral. O evento também contou com oficinas, feirinhas, exposições e um espaço para esclarecimento de dúvidas sobre assistência estudantil. O encerramento ficou por conta do lançamento da Banda Buriti Raiz, composta por alunos da UFPI, e da apresentação da Bateria Cabulosa, animando os participantes até o final da programação.