Roda de conversa aborda equidade na saúde sob a perspectiva dos povos indígenas

Mesa de discussão na Sala de Vídeo I do CCHL

O PET-Saúde Equidade da Universidade Federal do Piauí (UFPI) promoveu, na segunda-feira (28), na sala de Vídeo I do Centro de Ciências Humanas e Letras (CCHL), a roda de conversa “A Equidade na Saúde sob a Perspectiva dos Povos Indígenas”. O encontro reuniu representantes indígenas e especialistas da área da saúde para refletir sobre os desafios e vivências dos povos originários no contexto das políticas públicas de saúde. A mediação foi conduzida por discentes do programa e marcou a terceira edição do PET-Saúde Equidade em Debate.

Adriana Reis

Abrindo o debate, Adriana Reis, enfermeira formada pela UFPI e apoiadora técnica em saúde indígena no Estado, compartilhou sua trajetória profissional e apontou lacunas na formação acadêmica no que se refere à saúde indígena. 

“Durante minha formação em Enfermagem, não tive contato com o subsistema de saúde indígena do SUS, o que considero uma falha importante — especialmente em um estado com presença indígena. Só fui conhecer esse sistema após assumir o cargo de apoiadora técnica. Por isso, considero essencial que esse debate esteja presente na graduação, pois reforça o princípio da equidade no SUS: atender às especificidades de cada população, como os povos indígenas”, destacou.

Victor Anapuru

Em seguida, Victor Anapuru, acadêmico de Engenharia Agronômica da UFPI e membro do povo Anapuru Myupurá, do Maranhão, ressaltou a importância de espaços que promovam a escuta e valorização das pautas indígenas dentro da universidade. O estudante é o primeiro indígena no Piauí a incluir o nome étnico no registro civil.

“Este evento é muito importante porque dá visibilidade à nossa comunidade indígena na Universidade. Discutir nossas questões — que são essenciais para um povo historicamente marginalizado pela colonização — é algo muito positivo. Ver que há pessoas na Instituição desenvolvendo projetos em prol da nossa comunidade é extremamente significativo”, afirmou.

Hayra Ywyra

Encerrando a roda de conversa, Hayra Ywyra, jovem liderança indígena Guajajara do Piauí e estudante de Direito, falou sobre o protagonismo das novas gerações na preservação da identidade indígena e na luta por políticas públicas inclusivas.

“Essa é uma experiência muito importante, pois nos permite ampliar a compreensão sobre a saúde indígena, valorizando o respeito às nossas crenças e tradições. Acredito que isso contribui para um novo olhar sobre os povos indígenas, especialmente por parte dos profissionais de saúde”, concluiu.

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