Na foto, integrantes da Empresa Júnior "Projetech"
Na Universidade Federal do Piauí (UFPI), a vivência universitária vai além da sala de aula. Um exemplo disso é o crescimento e fortalecimento das Empresas Juniores (EJs), associações civis sem fins lucrativos organizadas por estudantes de graduação com o objetivo de desenvolver projetos práticos e prestar serviços à sociedade. Atualmente, a UFPI conta com 11 empresas juniores ativas, que atuam em diferentes áreas do conhecimento e proporcionam experiências de formação empreendedora, liderança e trabalho em equipe.
Pró-reitora da PREXC, Waleska Albuquerque
As EJs são regidas por uma base legal nacional, conforme definição da Brasil Júnior – Confederação Brasileira de Empresas Juniores – e, na UFPI, pelo que estabelece a Resolução 120/14-CEPEX. Segundo Waleska Albuquerque, pró-reitora de Extensão e Cultura (PREXC), o processo de criação começa com a iniciativa dos próprios estudantes, que apresentam o projeto à coordenação do curso ou departamento. Depois, o grupo precisa formalizar a documentação junto à Coordenadoria de Cultura e Cidadania (COCC), antigo CFOPS. Após o trâmite pelo CEPEX, é firmado o convênio com a Reitoria da universidade. “O apoio dos professores é essencial nesse processo”, ressalta.
Vênus, empresa júnior do curso de Nutrição do campus de Picos
Entre as empresas em funcionamento está a Vênus, vinculada ao curso de Nutrição de Picos. O estudante Isaac Sampaio explica que a empresa oferece serviços variados como cursos, coffee breaks para eventos, elaboração de e-books e serviços de rotulagem. “É uma experiência necessária para aprender a lidar com planejamento e trabalho coletivo. Desenvolvi habilidades de liderança e aprendi a acompanhar o rendimento do grupo”, relata. Ele destaca a participação da empresa em eventos fora de Teresina como um marco recente. “Foi desafiador pensar uma nova logística e mostrou a força do movimento empresa júnior”, completa.
Outra EJ em evidência é a Projetech, formada por estudantes de Engenharia Civil e Arquitetura e Urbanismo. Ana Lívia, integrante da empresa há quase três anos, destaca que a missão do grupo é aproximar os alunos do mercado, unindo teoria e prática. “A Projetech garantiu meu primeiro emprego na área. Participar da EJ despertou em mim o desejo pela troca de conhecimento e ampliou minha visão profissional”, conta. A empresa realiza projetos residenciais e comerciais com foco em design de interiores e, recentemente, conquistou uma sala própria no prédio de Arquitetura da UFPI, equipada para atender às demandas dos projetos desenvolvidos.
Na foto, representantes da Empresa Florestal do Piauí Jr. (EFLOPI)
Já no Campus Professora Cinobelina Elvas (CPCE), em Bom Jesus, destaca-se a Empresa Florestal do Piauí Jr. (EFLOPI), vinculada ao curso de Engenharia Florestal. Com mais de dez anos de atuação, a EFLOPI é a primeira empresa júnior florestal do estado e tem como objetivo proporcionar vivência prática da profissão ainda durante a graduação. Segundo o presidente Vinícius Guerra Rocha, a equipe é formada por 12 alunos divididos em presidência, diretorias e trainees, com o acompanhamento de um tutor e o apoio do corpo docente.
A EFLOPI atua, principalmente, nas áreas de silvicultura, arborização urbana e educação ambiental. Entre os serviços oferecidos estão: análise e recomendação de solo, planejamento de Sistemas Agroflorestais (SAFs), mapeamento florestal, estudo de viabilidade econômica, poda e supressão de árvores, compensação ambiental e projetos de educação ambiental voltados à sustentabilidade. “Buscamos aplicar na prática o conhecimento adquirido em sala, contribuindo com soluções sustentáveis e acessíveis para micro e pequenas empresas”, explica Vinícius.
Um dos projetos mais marcantes da empresa foi a parceria com a CS Grãos, que resultou no plantio de mais de 2.000 mudas nativas na fazenda experimental da UFPI. “Essa experiência elevou o nível técnico e profissional da equipe. Aprendemos na prática o que significa planejar, executar e entregar um projeto de grande porte. A EFLOPI tem sido uma verdadeira escola para todos nós”, destaca.
Além de fomentar o empreendedorismo e a capacitação técnica, as EJs contribuem para o desenvolvimento da sociedade ao oferecerem serviços acessíveis, especialmente, para micro e pequenas empresas. Segundo a Brasil Júnior, o Movimento Empresa Júnior (MEJ) tem como missão formar profissionais comprometidos com a transformação do país, promovendo uma geração que pensa em soluções inovadoras para desafios reais.
A trajetória das empresas juniores da UFPI mostra que a união de estudantes com espírito de iniciativa, aliada ao apoio institucional, pode gerar grandes resultados. Na prática, elas se tornam um elo entre universidade e sociedade, ao mesmo tempo em que moldam profissionais mais preparados, criativos e engajados.