Atividade do curso de Enfermagem em comunidade terapêutica
Na tarde da quinta-feira, 12 de junho, sob a coordenação da professora Márcia Astrês Fernandes, foram desenvolvidas ações práticas da disciplina de Enfermagem em Saúde Mental na Comunidade Terapêutica Padre Pio, que realiza ações preventivas e de acolhimento a pessoas em situação de vulnerabilidade. A dinâmica teve como objetivo proporcionar discussões sobre a dependência química e suas abordagens terapêuticas.
A professora destaca que a dependência química é um fenômeno complexo e multifatorial, que debilita tanto a saúde física quanto a mental do indivíduo. Dados apresentados pelo Relatório Mundial sobre Drogas (UNODC, 2024) mostram que quase 292 milhões de pessoas utilizaram pelo menos um tipo de substância em 2022 — um crescimento de 20% em relação à década anterior.
A atividade pedagógica contou com a participação de estudantes e professores da disciplina, que promoveram rodas de conversa, escuta qualificada e ações educativas, visando à conscientização sobre os aspectos biopsicossociais envolvidos no enfrentamento da dependência química. Para o assistente social e coordenador da comunidade, Jackson Lima, o momento foi marcado pelo compartilhamento de aprendizados tanto pelos acolhidos quanto pelos estudantes, promovendo uma experiência formativa singular: “Foi uma oportunidade enriquecedora tanto para os estudantes quanto para os acolhidos. Eles puderam conhecer de perto a nossa metodologia de trabalho e compreender melhor a vivência do processo terapêutico. Essa iniciativa faz parte de um esforço conjunto entre a universidade e a comunidade terapêutica para fortalecer o vínculo entre ensino e prática social.”
Na avaliação de João Victor Ferraz, discente do 5º período do curso, a experiência propiciou um olhar mais crítico e sensível sobre os mecanismos subjetivos e psicossociais envolvidos na dependência química, reforçando a importância de proporcionar esses momentos ao longo da formação em Enfermagem: “Se fosse preciso resumir em uma palavra, seria engrandecimento. Foi uma experiência única, na qual pudemos nos aproximar da comunidade terapêutica de forma humanizada e cuidadosa. Além disso, como discentes, a atividade nos deu a oportunidade de conhecer de perto a história de algumas pessoas acolhidas, colocando em prática nossas habilidades de acolhimento e escuta qualificada, aprendidas na disciplina. Dessa forma, a visita representou um grande aprendizado para nós, tanto pelo aprimoramento do conteúdo sobre dependência química e suas abordagens terapêuticas quanto pelo fortalecimento de nossas competências profissionais em formação.”
A atividade também contou com a colaboração de monitores da disciplina e de estudantes do Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da UFPI. Para o doutorando Kauan Gustavo, a experiência propiciou o compartilhamento de conhecimentos e o fortalecimento de habilidades fundamentais à sua formação: “A prática na comunidade terapêutica evidencia a complexidade das demandas em saúde mental e a importância de uma formação crítica e interdisciplinar. Como doutorando, essa vivência fortaleceu tanto a integração entre ensino, produção científica e intervenção social quanto a avaliação da eficácia de estratégias terapêuticas.”
A professora Aline Raquel, também docente da disciplina, enfatizou que a atividade foi marcada por momentos de autorreflexão, aprendizado e Consolidação da teoria e da prática da Enfermagem em Saúde Mental.
Em ocasião de confraternização realizada
Por fim, a professora Márcia Astrês ressaltou que, além de uma prática acadêmica, a atividade revela o compromisso da UFPI na formação de futuros profissionais atentos às realidades sociais e preparados para atuar de forma efetiva na promoção da saúde mental em diferentes contextos. “A experiência fortalece ainda mais os vínculos entre universidade e comunidade, promovendo saúde, escuta e transformação social.” A atividade foi encerrada com uma confraternização organizada pelos discentes e docentes da disciplina.
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