Na foto, a professora Ana Regina Rêgo (PPGCOM/UFPI) ao lado de pesquisadores durante a mesa do dia 16 de julho
A Universidade Federal do Piauí (UFPI) está representada por três docentes na 77ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), realizada de 13 a 19 de julho, na Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), em Recife. Com o tema “Progresso é ciência em todos os territórios”, o evento deste ano promove debates, oficinas, minicursos e mesas-redondas sobre a descentralização da produção e disseminação do conhecimento científico no Brasil.
No dia 16 de julho, a professora Ana Regina Rêgo, do Programa de Pós-Graduação em Comunicação (PPGCOM/UFPI), participou da mesa-redonda “Desinformação Climática: existe uma versão brasileira da desinformação em mudanças climáticas?”. Na ocasião, ela abordou as diferentes formas de negacionismo climático: o tradicional, que nega o aquecimento global, e o mais recente, que busca desacreditar a ciência e as soluções para a crise climática. A mesa foi coordenada pela professora Luísa Massarani (Fiocruz-RJ) e contou com a participação dos pesquisadores Vanessa Fagundes (FAPEMIG) e Fábio Henrique (UnB).
“Muitos ainda afirmam que o aquecimento global é uma farsa, que existe um plano internacional para vender a Amazônia, outros que as soluções climáticas prejudicam a economia. Outra estratégia da desinformação tenta reforçar a ideia de que os impactos do aquecimento global são naturais e inevitáveis, o que não é verdade”, alertou a professora Ana Regina Rêgo.
O estudo apresentado é fruto de uma parceria com as pesquisadoras Nina da Hora (Instituto da Hora), Cláudia Gagliardi (Ibict) e Ana Mazzetto (UFF).
Professora Ana Regina Rêgo em ocasião da mesa “Desordem informacional e seus impactos negativos na sociedade: os caminhos da ciência para a integridade da informação”
No dia 17 de julho, a professora Ana Regina Rêgo voltou a contribuir com o debate científico durante a mesa “Desordem informacional e seus impactos negativos na sociedade: os caminhos da ciência para a integridade da informação”. Em sua exposição, ela propôs caminhos para garantir a integridade da informação científica, a partir de seis eixos: ciência aberta como princípio ético; uso do blockchain para integridade científica; crowdsourcing científico; educação científica multissetorial e multicultural, com integração de comunidades indígenas e quilombolas; e alfabetização científica digital. A mesa foi coordenada por Tiago Braga (Diretor do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia-Ibict) e teve ainda a participação de João Guilherme Bastos (Instituto Democracia em Xeque), Janaína Leite (UFES), e Luís Rosa (Ibict) e Vitor Guimarães ( Ministério da Justiça e Segurança Pública-MJSP).
Professor e coordenador-geral do CIATEN, Carlos Henrique Nery
Outro representante da UFPI, o professor Carlos Henrique Nery, do Departamento de Medicina Comunitária e coordenador-geral do Centro de Inteligência em Agravos Tropicais Emergentes e Negligenciados (CIATEN), participou de forma remota da mesa “Mudanças Climáticas e seu Impacto nas Populações Negligenciadas: desafios, realidade e perspectivas”. O docente ressaltou que as mudanças climáticas têm efeitos desproporcionais sobre populações tropicais – como as do Nordeste brasileiro, Rio de Janeiro, Amazônia, África Ocidental, leste chinês e sudeste asiático. Segundo ele, essas regiões, marcadas por vulnerabilidades históricas, econômicas e geográficas, estão entre as mais ameaçadas por eventos extremos, aumento da violência urbana e deslocamentos forçados.
“As maiores vítimas do aquecimento global serão aquelas sem recursos para mudar de moradia, vivendo em áreas de risco, como encostas e regiões alagadas. O aumento do nível do mar, previsto para as próximas décadas, pode deslocar populações inteiras das zonas costeiras. Entre os estados mais vulneráveis está o Piauí, um dos mais pobres da federação”, enfatizou o professor Carlos Nery. Confira a discussão aqui.
A UFPI também marca presença com o professor Robério Freire Filho, colaborador do Programa de Pós-Graduação em Biodiversidade e Conservação (PPGBC/CAFS), que ministra o minicurso “Primatologia na Caatinga” ao lado dos professores Pedro Souza e Geovana Lima, ambos da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). O curso aborda comportamento, ecologia, conservação, técnicas de estudo e os desafios enfrentados pelas espécies de primatas no bioma da Caatinga. O professor Robério também participou da mesa-redonda “Primatas em Coexistência”.
Realizada com apoio do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), a 77ª Reunião Anual da SBPC reúne atividades voltadas a professores, estudantes, pesquisadores da educação básica, técnica e superior, profissionais do mercado e o público em geral. A programação inclui mais de 60 minicursos (presenciais e online) e mais de 100 mesas-redondas, reforçando a importância da ciência como instrumento de transformação em todos os territórios do país.