Exposição “Salvar o Clima é Salvar Vidas” aborda conexões entre meio ambiente, saúde e mudanças climáticas

Exposição do CIATEN/UFPI aconteceu no Museu do Piauí

A Universidade Federal do Piauí (UFPI), por meio do Centro de Inteligência em Agravos Tropicais, Emergentes e Negligenciados (CIATEN), promoveu a exposição “Salvar o Clima é Salvar Vidas” no Museu do Piauí. Coordenada pelos professores Fábio Solon e Lilian Catenacci, a mostra teve como objetivo evidenciar como todos os elementos da natureza estão interligados e de que forma as mudanças climáticas impactam diretamente esse equilíbrio. A atividade integrou a programação da 19ª edição da Primavera dos Museus, realizada no final de setembro.

A exposição começa com destaque para as cianobactérias, organismos responsáveis pela liberação de oxigênio na atmosfera há bilhões de anos – processo essencial para o surgimento da vida. Em seguida, o percurso apresenta o papel das florestas, fundamentais para o armazenamento de carbono, a produção de oxigênio, a regulação do clima e a garantia de água para todos.

Segundo o professor Fábio Solon, do Departamento de Medicina Comunitária da UFPI e membro do CIATEN, a proposta foi aproximar a sociedade das questões que afetam diretamente a saúde da população piauiense.

“A exposição buscou sensibilizar e mobilizar diante de agravos importantes, como dengue, doença de Chagas e raiva humana. Organizamos três salas no Museu do Piauí: a primeira relacionava mudanças climáticas e dengue; a segunda abordava a conexão com a doença de Chagas; e a terceira destacou a raiva humana. Cada espaço apresentou dados e informações que chamam a atenção para a necessidade de decisões em saúde. Nosso objetivo foi dar visibilidade, disseminar conhecimento e desmistificar essas questões, mostrando que a saúde deve ser pensada de forma integrada e consciente”, enfatizou.

Outro ponto de destaque foram os polinizadores, abelhas, borboletas, aves e até morcegos, cuja atuação é essencial para a produção de frutos e sementes. A perda desses agentes, intensificada pelas mudanças climáticas, ameaça diretamente a segurança alimentar.

As transformações do clima também favorecem a expansão de doenças transmitidas por mosquitos, como dengue, zika e chikungunya, reforçando a estreita ligação entre meio ambiente e saúde pública.

Para a pesquisadora Clara Oliveira, bolsista do Saint Louis Zoo e colaboradora do Laboratório de Vigilância em Epizootias da UFPI, a mensagem central é simples e urgente: “Cuidar da natureza é cuidar da vida. Quando preservamos as florestas, protegemos os polinizadores e enfrentamos as mudanças climáticas, estamos garantindo saúde, alimento e um futuro melhor para todos.”

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