VI SEG aborda desafios da equidade nas universidades

Mesa-redonda do SEG ocorreu no Cine Teatro da UFPI

A Universidade Federal do Piauí (UFPI), por meio da Pró-Reitoria de Ensino de Graduação (PREG), promoveu na tarde desta quarta-feira (5/11) no Cine Teatro o VI Seminário de Ensino de Graduação (SEG). O evento faz parte dos Seminários Integrados da UFPI (SIUFPI 2025), que seguem programação até dia 7.

Com o tema "Os desafios à Equidade nas universidades: gênero, raça e etnia", o evento contou com uma mesa-redonda sobre a discussão temática, tendo como mediadora a docente do Departamento de Serviço Social, Rossana Marinho, que destacou a importância do protagonismo feminino na ciência e ressaltou os desafios que as mulheres enfrentam para se manterem atuantes em seus campos de trabalho e estudo. Abordou o desafio de promover a equidade com um esforço institucional, mas que também precisa do agir coletivo da comunidade acadêmica para se efetivar.

“A equidade é justamente a gente tentar criar as condições, porque se tem desigualdades históricas que colocam obstáculos diferentes e desiguais para as pessoas acessarem os lugares. Por isso, uma Universidade que busca a equidade vai pensando esses acessos de uma forma mais inclusiva e plural”, enfatizou a professora Rossana Marinho.

Entre as convidadas do debate, estiveram a Pró-Reitora de Ensino de Graduação, Profa. Gardênia Pinheiro; a Cacica Aliã Wamiri Guajajara, lider indígena na Aldeia Ukair de Teresina, educadora artística e curadora; e a professora Marli Clementino, coordenadora de Graduação da PREG.

A mesa redonda discutiu temas como acesso e permanência de estudantes negros, pretos, pardos, indígenas, quilombolas e pessoas com deficiência nas universidades públicas, além de questões como assédio e violência que afetam a vida acadêmica e os enfrentamentos a questões de gênero. As convidadas compartilharam suas experiências e perspectivas sobre como superar esses desafios e promover a equidade e a inclusão nas universidades.

Na mesa-redonda, a Cacica Aliã Wamiri Guajajara, educadora artística e curadora, destacou a importância de abrir espaço para o conhecimento ancestral e a cultura indígena dentro das instituições de ensino superior. A fala ressaltou a necessidade de uma maior inclusão e diversidade nas universidades, valorizando as culturas e saberes tradicionais. 

“A nossa cultura não pode acabar, é um território. E é muito importante quando a gente entra na Universidade, e a Instituição se abre ao nosso cocar, buscando promover essa equidade, quando a universidade já tem proposta de inclusão junto a aldeias, a quilombos e a quebradeiras de coco”, disse a Cacica.

A professora Gardênia Pinheiro, pró-reitora de ensino da graduação, destacou a importância da equidade na Universidade, compartilhando experiências de desafios e conquistas na implementação de políticas inclusivas. Ela mencionou a criação do curso de Pedagogia Intercultural Indígena e a luta para garantir que os estudantes indígenas pudessem estudar em seu próprio território.

"A universidade precisa garantir não apenas o acesso, mas também a permanência dos estudantes", enfatizou Gardênia Pinheiro. Ela também falou sobre a importância de uma política de inclusão que considere as necessidades específicas de indígenas, quilombolas e quebradeiras de coco babaçu, que está em fase de tramitação e análise no Conselho Universitário. “A PREG tem buscado a equidade na Universidade, que vai além desse primeiro passo de garantir que esses grupos ingressem na Academia. Para além disso, a equidade de gênero, com a busca incessante pelo combate ao assedio e a violência.”, pontuou.

A coordenadora de Graduação da PREG, Profa Marli Clementino, presidente do comitê de enfrentamento da violência de gênero na UFPI, ressaltou a necessidade de combater o machismo e a violência de gênero dentro da Universidade, destacando o trabalho do comitê e os canais disponíveis para denúncia, entre eles, a ouvidoria da UFPI e a da Sala Lilás.

“A etapa que a gente tá agora do plano de enfrentamento à violência e à discriminação é fazendo esse processo de divulgação da Sala Lilas e do Fala BR, que é o canal de denúncia, bem como fazer campanhas nos centros e nos diferentes cursos. A ideia é que tenhamos em cada centros comissões com estudantes, técnicos e professores para fazermos esse acolhimento e discussão permanente dessas questões”, disse.